sábado, 27 de dezembro de 2008

VERBUM CARO FACTUM EST. Uma idéia e muitas religiões: O verbo se fez carne em múltiplas culturas?



VERBUM CARO FACTUM EST

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. - João 1:14

Em muitas religiões a Segunda Pessoa da Trindade é equiparada ao Verbo de Deus. É o que encontramos no Novo Testamento, onde se alude muitas vezes a Cristo como o Verbo.

O mistério da encarnação do Verbo reside em que a imperfeição do homem e a perfeição de Deus são capazes de habitar a mesma forma; e a primeira pode converter-se na última. Assim, conquanto a pessoa, Jesus, nascesse de uma mulher, o Verbo penetrou-o e ficou com ele.

Os cristãos gnósticos acreditavam que esse mesmo Verbo podia entrar em qualquer homem que se houvesse suficientemente preparado, purgado e aperfeiçoado.

Talvez haja alguma coisa no fato de vir a palavra latina sonus a dar, ao mesmo tempo, a palavra inglesa filho (son), ou Filho, e a palavra francesa son, que significa som.

Esse duplo significado do "Verbo" - o de ser simultaneamente Som e Filho; ao mesmo tempo Vibração e Consciência Total - em parte alguma é mais aparente do que no apócrifo "Poema do Evangelho bíblico de São João", obra quase ipsis verbis igual à abertura do Evangelho bíblico de São João - com uma diferença: a expressão "o Verbo" é aí substituída, em cada caso, pela expressão "o Espírito": "No princípio era o Espírito"

Como já assinalamos, na China o conceito duplo de Filho-Som é evidente no encarnar o imperador, segundo se dizia, o tom huang chung ou tom do "sino amarelo".

Nas escrituras hindus, Vishnu, a Segunda Pessoa da Trindade, é chamado "a Voz" ou o "grande Cantor", pois, conforme se afirma, ele criou o universo com o seu canto.

Encarnado no personagem de Krishna, Vishnu encantou uma multidão de donzelas (que representavam alegoricamente almas humanas) tocando flauta.

Correndo estreitamente paralelos a esse episódio estão os primeiros textos apócrifos do Cristianismo em que se descreve Cristo como "o tocador de flauta" ou "o chefe da dança".

Na Pérsia, o nome do fabuloso pássaro "huma" deriva da raiz Hum, relacionada com OM. E quer a tradição que, se o pássaro "huma" pousar por um momento sobre a cabeça de uma pessoa qualquer, isso é sinal de que essa pessoa está destinada a tornar-se um "rei".

A propósito, a raiz Hu é uma referência direta à Palavra de Deus; e o mais interessante é que essa mesma raiz também faz parte da palavra human (humano). Em "human", a porção man (homem procede do sânscrito Mana, ou "espírito do homem comum".

Nesses condições, o termo "human" é, portanto, um eterno lembrete da antiga doutrina de que Deus se acha, agora mesmo, em todos os homens e pode ser mais plenamente compreendido por todos.

Assim como Jesus era também o Cristo, demonstrando a unificação dos princípios da Terra e do céu por ser, ao mesmo tempo, o Filho do Homem e o Filho de Deus, assim todos os homens são hu-man, ou seja, God-man (Deus-homem).

Tot é o nome egípcio mais comum por que se conhecia o deus que corresponde basicamente à Segunda Pessoa da Trindade egípcia.

Descreveu-se Tot como o representante de Deus a quem este (na forma de Rá) deu a existência por intermédio da palavra. Por isso mesmo, como o Verbo de Deus, desce Tot das freqüências vibratórias do Uno para o nível da densidade material, criando a Terra com sua palavra ou palavras.

Mas, à semelhança de Cristo ou do princípio huang chung, a essência espiritual de Tot poderia também encarnar-se no homem sumamente justo e purificado.

Muitos relatos asseveram que Tot viveu e andou entre os homens. Consoante Clemente de Alexandria e outras fontes, Tot era outro nome de Hermes Trismegisto, "inventor da música" e autor de livros de cantos egípcios entoados aos deuses.

http://www.revistaesoterica.com.br/metodo_musicoterapia/overbo.htm

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